Estamos vendo alguma coisa acontecer :)

sábado, 26 de março de 2016

A ansiedade não me deixa dormir, por isso logo cedo no sábado, me levanto e tomo um banho. Depois de me vestir, desço o mais silenciosamente possível para a varanda. 
O sol ainda nem saiu, mas o céu já ostenta tons rosados através de uma fina neblina. Me aproximo dos degraus da frente da casa e me sento, observando esse cenário deslumbrante. Alguém pigarreia atrás de mim e dou um pulo de susto.
- Desculpa, desculpa, desculpa – Ele se aproxima de mim, me amparando com suas mãos e eu começo a rir histericamente, mas coloco as mãos na boca para não fazer muito barulho.
Olho para seu rosto e ele me encara com um sorriso divertido, e vou me acalmando enquanto seus olhos se fixam aos meus. Quando vê que estou mais tranquila, ele escorrega suas mãos de meus ombros pelos meus braços, até alcançar minhas mãos, que são tão pequenas comparadas às suas, que as sinto completamente envolvidas por seus dedos. 
- Quer ver o sol nascer de um jeito único? – ele pergunta em um sussurro.
Apenas balanço a cabeça afirmativamente, e ele entrelaça uma mão na minha, me puxando pelas escadas. Caminhamos de mãos dadas até uma grande árvore no terreno atrás da casa, onde é possível ver uma construção de madeira entre os galhos, acessível por uma escada de corda pendurada junto ao tronco. Ele me ajuda a subir e me segue até chegarmos à uma plataforma de madeira. Fico com receio de que não suporte nosso peso, mas ele caminha tranquilamente, sinal de que vem aqui com frequência e sabe que a estrutura é forte.
Nos sentamos no lado Leste da plataforma, lado a lado, nossos braços se tocando levemente e sinto um calor gostoso se espalhar pelo braço.
- Eu adoro ver o sol nascendo daqui de cima – ele confessa baixinho, como se fosse um segredo – Quase todos os sábados, venho aqui nesse horário para observar a mudança que ocorre nas cores do céu, veja – ele aponta para o horizonte e eu acompanho com o olhar, percebendo o que ele quer dizer, pois o céu está multicolorido no momento, em tons de rosa e laranja suave, com a neblina se dissipando e dando espaço ao grande astro.
Permanecemos em silêncio, sem dar conta do tempo que passa, apenas apreciando até que o sol esteja completamente visível agora e sua luz começa a atingir nossos olhos. Viro meu rosto na direção dele para fugir um pouco da luminosidade e o vejo sorrindo de olhos fechados, a luz do sol acariciando seu rosto bronzeado e juro que nunca vi nada mais bonito na vida. De repente estou consciente da barba rala que cobre seu maxilar, da pequena cicatriz branca ao lado da curva central de seu lábio superior, da proeminência de sua maçã do rosto, da espessura e brilho de suas sobrancelhas cheias e me pergunto por que nunca prestei tanta atenção nele antes. 
Meus devaneios são interrompidos quando ele abre os olhos e se vira na minha direção também, prendendo meus olhos aos seus. Sua mão se entrelaça de novo à minha e sinto os calos ásperos arranhando de leve a palma da minha mão, me provocando arrepios que nunca senti antes.
Observo enquanto ele umedece os lábios com sua língua e engole em seco em seguida e minha garganta automaticamente fica seca e minha respiração acelera levemente.
- Eu sei que você vai se mudar hoje e tem muito trabalho pela frente – ele começa a falar baixinho, com a voz rouca – Mas, será que você pode separar um tempinho pra gente passear qualquer dia desses? – ele pergunta e sinto meu coração acelerar.
- Claro – respondo automaticamente, antes de conseguir processar a ideia de que esse homem impressionante está me chamando pra sair.
Ele sorri e as covinhas em suas bochechas me distraem por um instante, e sinto sua mão apertar a minha mais firme. Sinto meu rosto corar e viro-me na direção do horizonte novamente.
- Obrigada por me trazer aqui – agradeço sinceramente.
- Foi um prazer – ele responde, antes de me dar um beijo na bochecha e sinto que posso sair flutuando pelo céu.



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Esse é apenas um trecho de um novo trabalho que estou desenvolvendo e decidi compartilhar com vocês, porque todos nós merecemos ver um nascer do sol na melhor companhia possível.
Beijinhos
<3

Especial Mês das Mulheres - Laís Rodrigues de Oliveira

terça-feira, 22 de março de 2016

E a nossa última entrevista nesse Especial Mês das Mulheres, é com a escritora Laís Rodrigues de Oliveira, autora do livro Primeiras Impressões, uma adaptação moderna do clássico Orgulho e Preconceito de Jane Austen. O romance eterno de Lizzie e do Sr. Darcy é situado desta vez entre paisagens paradisíacas do Brasil e cenários surpreendentes dos Estados Unidos, em um relacionamento complexo entre uma carioca sarcástica e brilhante e um político americano de uma família conservadora. Laís é formada em Direito, com mestrado em Direito Constitucional, mas apaixonada por literatura e cinema, criou o blog LRDO, onde compartilha suas paixões, lá você pode saber muito sobre o universo literário e cinematográfico de Jane Austen, uma das maiores influências de todos os tempos. Vamos saber mais sobre a Laís?



A Menina que Não Para de Ler - Quando seu interesse pela literatura começou?
Laís Rodrigues de Oliveira: Meus pais, em especial a minha mãe, sempre incentivaram a leitura em casa. Enquanto o tempo de televisão era limitado, eu e minha irmã éramos encorajadas a ler diariamente. Essa introdução à disciplina da leitura desde tão cedo foi essencial para a minha formação e, posteriormente, para a minha escrita.
  
AMQNPDL- Em que momento decidiu que queria ser escritora?
LRDO: Geralmente, os escritores dizem que sempre souberam que queriam sê-lo desde jovens. Definitivamente, não foi meu caso. Sempre soube que seria uma grande leitora, mas a escrita começou quase por acidente. Porém, depois que comecei a escrever, não consegui mais parar. A escrita tornou-se um grande vício. Um vício simplesmente maravilhoso.

AMQNPDL- O que a motivou a seguir esse caminho?
LRDO: Novamente, o papel da minha família (que agora já inclui meu marido) foi fundamental. Quanto mais eu escrevia, mais eles me estimulavam a escrever mais. E, depois de publicar meu romance, o apoio e carinho dos blogueiros literários, leitores e outros autores foi um novo sopro de ânimo.

AMQNPDL- Quais as suas maiores influências no mundo literário?
LRDO: Depende do gênero literário, mas geralmente são autoras mulheres. Em relação a romance, minha favorita de todos os tempos é a eterna diva Jane Austen. Quando estamos falando de infanto-juvenis, sou uma daquelas fãs incondicionais de J. K. Rowling. Em relação ao gênero "do momento", mais voltado ao público YA (Young Adults ou Jovens Adultos), busco inspiração nas maravilhosas Suzanne Collins e Cassandra Clare. 
Mas também adoro os suspenses do "rei" Stephen King, literatura fantástica de Tolkien e George R. R. Martin, ou distopias no estilo do grande George Orwell. 
Ou seja, minhas preferências dependem do que estou inspirada para ler - ou escrever - no momento.

AMQNPDL- Concilia a vida de escritora com quais atividades?
LRDO: Na realidade, a escrita é um hobby. Eu trabalho em uma área de Inteligência e Relações Internacionais de uma multinacional, o que exige a maior parte do meu tempo. Também tenho um blog, o LRDO, e um canal do YouTube, o LRDO Cult. Além disso, adoro participar de eventos literários! 

AMQNPDL- Qual o texto, dentre as suas obras, foi o mais desafiador para escrever? E o mais tranquilo? 
LRDO: Um texto é sempre desafiador, por vários motivos. O principal, a meu ver, é a exposição. Seus escritos são uma parte de você, uma parte da sua alma que você expõe ao mundo, a pessoas desconhecidas. E isso é difícil. Outra questão é a necessidade de sempre considerar quem será seu público-alvo, porque você tem que levar em conta o que fará seu leitor virar a próxima página. 
No entanto, o texto mais difícil de escrever do ponto de vista psicológico foi um conto que escrevi, o qual foi, inclusive, premiado no Concurso de Contos do SESC-DF. Ele se chama "O Armário", e relata a história de uma mulher que sofre violência doméstica. Esses temas sempre mexem conosco.

AMQNPDL- Quais seus objetivos enquanto escritora, até onde deseja chegar?
LRDO: Gostaria de escrever os mais diversos gêneros e ter condições de publicar meus livros por editoras com capacidade de divulgação e distribuição, grandes dificuldades no mercado editorial brasileiro. Já tenho quatro livros escritos, porém somente publiquei um deles. 

AMQNPDL- Quais os sabores e dissabores dessa profissão?
LRDO: A melhor coisa da profissão é a reação positiva dos leitores; é sempre emocionante.
Acredito que o pior seja a própria dificuldade do nosso mercado editorial, em publicar, divulgar e distribuir sua obra.

AMQNPDL- Se pudesse encontrar cada leitor pessoalmente, o que lhe diria?
LRDO: Eu acho que iria preferir ouvir do que falar. Adoro quando leitores e leitoras me dizem o que mais gostaram do livro, fazem comentários, sugestões e dão novas ideias. É sempre gratificante saber que toda aquela paixão que você colocou na sua obra  não foi em vão. 

Ano passado li Primeiras Impressões e adorei a adaptação, foi muito fiel ao original, mas também com o toque particular da Laís, que deixou a história mais moderna e crível. Para saber um pouco mais sobre minhas impressões, leia aqui


Respondendo à dedicatória, digo que sim Laís, eu me apaixonei novamente <3

Espero que tenham curtido as nossas entrevistas, sempre que possível vou tentar trazer nossos autores nacionais para mais perto de nós leitores apaixonados.
Beijinhos!!!!!

Clube de Cartas

domingo, 20 de março de 2016

Oi pessoas!!! Há um tempinho atrás contei para vocês sobre meu amor por cartas, lembram? Caso queiram relembrar leiam Amor por Cartas. E baseado nesse amor, sempre procuro projetos bacanas que envolvam a troca de missivas, porque é um jeito diferente de conversar e conhecer pessoas, nesse nosso mundo tão virtual e carente de contato verdadeiro. 
Acabei me deparando, no Blog da Hida com um novo projeto de Clube de Cartas, cuja proposta é trocar cartinhas + itens literários (livros, marcadores, revistas, fanzines, gibis e tudo o que a criatividade permitir), entre os participantes. A troca de cartas é realizada mensalmente entre duplas, e a cada mês as duplas mudam, para que todos possam se conhecer ao longo do tempo. Brilhante, não?


Para participar você precisa enviar um e-mail para contato@blogdahida.com contando porque gostaria de fazer parte do projeto e no campo assunto do e-mail é necessário escrever CLUBE DE CARTAS.
Além de explicar o seu interesse, na mensagem é necessário que você coloque nome, endereço completo, link do seu blog e Instagram e data de aniversário. É fundamental que você tenha disponibilidade para enviar cartinhas uma vez por mês, por isso tenha em mente que esse é um compromisso a ser levado a sério.
Caso seja aceito, receberá todas as instruções por e-mail e fará parte de um grupo que com certeza vai lhe trazer ótimas experiências com essa troca de cartas.
Quem vem comigo nessa???

Beijinhos <3



A Busca pelas Borboletas continua no volume II de Margarida Pizarro

sábado, 19 de março de 2016

Quantas chances são necessárias para viver um verdadeiro amor?
É possível ser você mesma, saindo de sua zona de conforto?
Existe a possibilidade de conciliar o trabalho dos seus sonhos com uma vida pública e cheia de surpresas e correria?
Até que ponto você pode intervir na vida de uma amiga?
Muitas outras questões estão assombrando a nossa Maria Mendes, heroína de Em Busca das Borboletas, vol II, publicado pela nossa parceira Chiado Editora. 
Margarida Pizarro dá continuidade à saga da jovem luso-americana, de origem humilde, que após muito esforço e sacrifício, conseguiu o emprego dos seus sonhos em uma revista de moda conceituada, em Nova York, a cidade que nunca dorme. 
Após fazer as pazes com o político Dale Sloan, Maria se vê tragada para dentro do mundo da política, situação para a qual se sente totalmente despreparada, mas com bravura e o apoio de amigos queridos, ela consegue dar início a essa nova etapa de sua vida, apoiando seu grande amor durante a campanha pela prefeitura de Nova York, e vivendo um verdadeiro conto de fadas moderno. Mas, isso até que o lado negro do mundo da política, bem como sombras do passado de Dale, ameacem a felicidade em que se encontra.
Além de todos os percalços devido ao romance com o homem mais cobiçado de Nova York, Maria precisa encontrar forças e serenidade para ajudar suas mosqueteiras em seus próprios dilemas.
Mais uma vez, Margarida nos presenteia com um romance repleto de reviravoltas e uma trilha sonora arrebatadora, que vai desde Bryan Adams até Pearl Jam (a blogueira simplesmente começou a pular quando se deparou com o trecho de Just Breathe hahahaha), numa linguagem simples e repleta de romantismo. 

 

Mentiras, violência, traições, trapaças, mal-entendidos... Será que Maria conseguirá realizar todos os seus sonhos? Será que seu amor por Dale é forte o suficiente para superar todas as barreiras? Só lendo para descobrir ;)
Para conhecer o início dessa história, leia a resenha de Em Busca das Borboletas, vol I, aqui.

Sinopse: Maria vivia a história de amor que sempre sonhou, até o passado de Dale assombrar as suas vidas e a fazer entrar num pesadelo.
Será que o amor deles é forte o suficiente para ultrapassar os perigos que o passado dos Sloan pode trazer para suas vidas? Será que esse amor conseguirá transpor as barreiras criadas por esses acontecimentos?
As dúvidas espalham-se e fazem-na pensar se realmente a sua história com Dale está predestinada a acontecer.
Um conto de fadas dos tempos modernos, que nos faz pensar se até mesmo o amor verdadeiro resiste a tudo em um maravilhoso e viciante romance que nos faz sonhar.

Pizarro, Margarida. Em Busca das Borboletas, vol II. Portugal: Chiado Editora, 2014.



Especial Mês das Mulheres - Luana Barros

domingo, 13 de março de 2016

Dando continuidade ao nosso especial Mês das Mulheres, quero falar sobre uma jovem autora que conheci através do Instagram, a Luana Barros que nasceu na cidade de Goiânia, mas mora em Brasília há onze anos. Filha de servidores públicos, foi para a Capital Federal fazer faculdade de Publicidade e Propaganda no UniCEUB e por lá ficou. O curso serviu para fazer amigos maravilhosos para a vida toda. Tornou-se servidora pública, mas não esqueceu a paixão por escrever que possui desde a infância.


A autora mantém a página Luana Barros - Romances e Poesias de Amor e de Vidas no Facebook e o Instagram @porummundocommaispoesia, nas quais posta poesias e as notícias de seus livros. Atualmente, possui quatro livros: Amar Vale a Pena publicado ano passado pela Editora Biblioteca 24 Horas, Amar Vale a Pena – Recomeçar e Um Anjo na Terra, que serão publicados pela nossa parceira Chiado Editora; e ainda um de poesia #porummundocommaispoesia, 247 Poesias de Amor e de Vidas.

 


Através das postagens do Instagram, vi que a Luana estava publicando o livro Um Anjo na Terra no Wattpad, plataforma que uso com frequência e fiquei curiosa, então passei a acompanhar a história e me encantei com o protagonista, um Anjo sarcástico e rabugento com uma tarefa muito complicada em mãos. No post Wattpad - uma experiência divertida e surpreendente, você pode ler mais sobre essa história que logo estará disponível em versão física.
Quem quiser entrar em contato com a Luana, basta enviar um e-mail para luanabarro@gmail.com.

A Menina que Não Para de Ler - Quando seu interesse pela literatura começou?
Luana Barros - Desde criança escrevo poesias. No ensino médio, tive a matéria literatura e me encantei pelas diferentes formas de escrever. Eu leio bastante, não tanto quanto gostaria por causa da falta de tempo.
Agora, escrever livros de romances comecei somente em setembro de 2014 após passar por uma situação difícil na minha vida, na qual sofri bastante. Precisava me expressar de alguma forma, escrever foi a saída!

AMQNPDL - Em que momento decidiu que queria ser escritora?
LB - Isso nunca foi uma decisão. Na verdade, aconteceu, acontece todos os dias... Sou servidora pública e até gosto do meu trabalho, mas prefiro escrever que é onde me encontro. Um dia vi a faxineira falar com tanto orgulho de como havia limpado o banheiro e ele o tanto que estava cheiroso! Senti inveja dela! Queria encontrar algo que me fizesse suspirar! Então fui atrás... E consegui!

AMQNPDL - O que a motivou a seguir esse caminho?
LB - Escrever é o que eu mais gosto de fazer na vida. Adoro viajar de férias, adoro sair com meus amigos... Mas nada se compara a escrever.

AMQNPDL- Quais as suas maiores influências no mundo literário?
LB - Adoro vários estilos diferentes, como J. K. Rowling, Juliana Parrini, Camila Moreira, Carina Rissi... Adoro as poesias do Vinicius de Morais. Amo as loucuras de Aluísio Azevedo.

AMQNPDL - Concilia a vida de escritora com quais atividades?
LB - Como já falei, sou servidora pública do Distrito Federal. Trabalho no Detran/DF das 12 às 19 horas.

AMQNPDL - Qual o texto, dentre as suas obras, foi o mais desafiador para escrever? E o mais tranquilo? 
LB - O meu primeiro livro (Amar Vale a Pena) foi o mais tranquilo. Talvez porque tenha sido um desabafo. Acho que eu já o tinha todo na cabeça e precisava colocar para fora para não explodir.
O mais desafiador foi sem dúvidas o livro Um Anjo na Terra, pois trata de diferentes tipos de relações e ainda quis trabalhar com a questão da fé e esperança separadas de religião.

AMQNPDL - Quais seus objetivos enquanto escritora, até onde deseja chegar?
LB - Até aonde puder. A certeza que tenho é de que me reinventarei sempre. Pois esta é a graça de escrever.

AMQNPDL - Quais os sabores e dissabores dessa profissão?
LB - Talvez o dissabor sejam as críticas, mas é preciso aprender a lidar com elas. Agora, os sabores são vários e deliciosos (rsrs). O que mais gosto é a necessidade de me reinventar. A vontade de fazer diferente e melhor a cada livro! Isso me dá vida!

AMQNPDL - Se pudesse encontrar cada leitor pessoalmente, o que lhe diria?
LB - Diria que o meu maior sonho é tocar a alma e o coração das pessoas com meus livros.

Como podem perceber, eu enviei as mesmas perguntas que havia enviado à Clara Arreguy, nossa primeira autora entrevistada, e a ideia era mudar o formato, transformando em um texto único, mas as respostas da Luana foram tão meigas e gentis, que achei que se modificasse, vocês perderiam a essência dela, por isso mantive o padrão da entrevista. Espero que tenham gostado e procurem conhecer essa jovem autora que tem tudo para crescer no meio literário.
Na próxima semana, temos mais uma autora a apresentar a vocês, mas vou deixar no suspense rsrs.
Beijinhos
<3

Especial Mês das Mulheres - Clara Arreguy

domingo, 6 de março de 2016

Com a chegada do mês de Março, celebramos o Dia Internacional das Mulheres, e para comemorar esse momento vou trazer para vocês durante esse mês, o perfil de algumas mulheres brasileiras admiráveis, e para começar vamos conhecer a autora Clara Arreguy, parceira aqui do blog, e seu trabalho. 
Jornalista e escritora, publicou os livros "Segunda Divisão" (Lamparina, 2005), "Fafich" (Conceito, 2005), "Tempo Seco" (Geração Editorial, 2009), "Catraca Inoperante" (Outubro Edições, 2011 e 2014), "Rádio Beatles" (Outubro Edições, 2012), "Siga as setas amarelas" (Outubro Edições, 2014) e "Sonhos Olímpicos" (Franco, 2015). Recentemente, no final do mês de Fevereiro, lançou o livro “Dia de Sol em tempo de Chuva” pela Chiado Editora.
Além do trabalho como jornalista e escritora, fundou por livre iniciativa a Outubro Edições, com o objetivo de abrir espaço para publicações independentes. 

Ela concordou em ceder uma entrevista ao blog, uma oportunidade de saber mais sobre essa mineira de Belo Horizonte, que radicou-se em Brasília em 2004, para trabalhar como jornalista. 

A Menina que Não Para de Ler - Quando seu interesse pela literatura começou?
Clara Arreguy - Gosto de ler e de escrever desde que aprendi a ler e escrever. Sempre li muito e sempre escrevi muito, inicialmente poemas e contos sem valor literário. E lia literatura constantemente. Nunca estou sem ler um livro.


AMQNPDL - Em que momento decidiu que queria ser escritora?
CA - Ainda pequena eu pensava que seria escritora, mas sonhava também em ser atriz ou advogada. Aí, na hora do vestibular, escolhi jornalismo porque me permitiria escrever. E isso aconteceu mesmo. Atuei durante 25 anos como jornalista. Até que comecei a sentir necessidade de escrever o meu “conteúdo”, e não o dos outros. E comecei a mudar o rumo daquela prosa...


AMQNPDL - O que a motivou a seguir esse caminho?
CA- Escrevia muito como jornalista, mas o texto jornalístico requer um padrão, um estilo, cânones e regras que não dão liberdade ao profissional. Quando eu pensava em escrever literatura, sonhava com a liberdade estilística e criativa que, felizmente, veio mesmo quando eu passei a escrever meus romances.


AMQNPDL - Quais as suas maiores influências no mundo literário?
CA- Sempre li de tudo. Entre os brasileiros, amo demais Guimarães Rosa. Entre os estrangeiros, tenho especial admiração pelo norte-americano Philip Roth. Mas acho que meu texto sofre muita influência do estilo direto e fluido do jornalismo, que não se parece com esses dois... Talvez Carlos Drummond de Andrade, pra mim o poeta maior, mas também um cronista leve e fácil de ler.

AMQNPDL - Concilia a vida de escritora com quais atividades?
CA - Durante os últimos 10 anos conciliei jornalismo e literatura. Desde 2015, porém, não atuo mais como jornalista e formalizei minha editora, a Outubro, na qual trabalho textos dos outros, edito outros autores e acabo trabalhando como microempreendedora individual, fazendo negócios, vendas etc. Tudo relacionado ao livro, claro, mas que não me permite escrever e ler o tempo todo. Fora isso, preciso visitar escolas, fazer palestras, essas coisas da divulgação.

AMQNPDL - Qual o texto, dentre as suas obras, foi o mais desafiador para escrever? E o mais tranquilo? 
CA - Tenho uma diferença em relação a outros escritores que conheço. Eu não acho difícil escrever. Talvez os anos de redação de jornal tenham me ensinado a sentar e escrever, sem sofrer muito. Então o desafio, pra mim, se dá mais no momento de ter a ideia, de eleger o tema, o formato. A escrita, em si, exige mais disciplina do que um trabalho árduo ou sofrido.

AMQNPDL - Quais seus objetivos enquanto escritora, até onde deseja chegar?
CA - Estou já com nove livros publicados, dois prontos para sair ainda este ano e acabei de escrever mais um. Meu objetivo no momento é viabilizar tudo isso, porque cada projeto que dá certo me permite fazer o próximo. Se eu conseguir me organizar, enquanto Outubro, pra que cada projeto se pague, me permita viver disso e fazer o próximo, estarei feliz. Mas se ficar um pouco mais conhecida e alcançar novos públicos, além dos que já me conhecem e gostam dos meus livros, aí será o paraíso!

AMQNPDL - Quais os sabores e dissabores dessa profissão?
CA - O sabor maior é escrever. Depois, publicar. Em seguida, vender. E finalmente, mas o mais importante, é ser lido. E alcançar o coração do leitor. Quando alguém me descobre, me sinto plenamente realizada. Os dissabores dizem respeito ao mercado fechado, de poucas facilidades, falta de espaços, de apoios. Há outro dissabor, também: a incompreensão. Já me aconteceu de a pessoa ler algo diferente do que eu escrevi, ou seja, me compreender mal. E isso dói. 

AMQNPDL - Se pudesse encontrar cada leitor pessoalmente, o que lhe diria?
CA - Diria: e então, o que está achando? Quer mais? Me conte uma história, me ajude a contar as minhas. Meus personagens vivem de sua leitura, espero que você se emocione com eles.

Dos livros da Clara, li Rádio Beatles e você pode saber mais sobre ele, lendo a resenha (aqui).
Agradeço à Clara pela confiança e por ser tão receptiva e aberta aos leitores, a admiração só aumenta <3


O Andarilho das Sombras - Eduardo Kasse

quarta-feira, 2 de março de 2016

No romance O Andarilho das Sombras, primeiro volume da série Tempos de Sangue, Eduardo M. Kasse nos apresenta uma história instigante de como escolhas e uma promessa maliciosa criaram um grande mal. 
Harold Stonecross, saiu de casa muito cedo, para fugir de um pai opressor que não o tinha em grande conta. Durante sua jornada, se deparou com pessoas que o acolheram e cuidaram dele de maneira que se tornou um homem forte, inteligente e que sabia cuidar de si, apesar de também sofrer perdas pelos vários caminhos que tomou.
Eduardo Kasse, traz uma narrativa que nos faz passear pela vida de Harold, da sua infância problemática e alegrias da juventude à maldição que o acometeu em sua vida adulta, mesclando passado e presente, e nos mostrando as várias facetas desse personagem ambíguo, que é capaz de grandes sentimentos, mesmo quando corrompido pela sede que o impele a não permanecer por muito tempo em um lugar, para a própria sobrevivência.
Ambientada em sua maior parte na era medieval, a história se desenrola de maneira verossímil e adequada à época, devido ao cuidado em mostrar os costumes da população em cada lugar pelo qual Harold passou e o quadro histórico e impressionante da época em que a Europa foi acometida pela Idade das Trevas. 
Além de tudo isso, temos aqui todos os elementos clássicos dos vampiros que amamos e sentíamos falta, já que as histórias recentes, tomaram rumos diferentes e mais leves, tornando a figura vampiresca bem menos característica e assustadora, mas também uma mistura inusitada com lendas de deuses de origens variadas.
Durante a leitura, fui tomada por diversas sensações diferentes em relação a Harold, mas acho que a mais se sobressaiu foi uma certa antipatia com seu lado mais vaidoso, achei que ele tem uma postura muito arrogante diante da vida, e esperei que após tudo que passou como humano e também como vampiro, ele tivesse essa faceta abrandada, mas creio que da mesma forma que o corpo não muda quando se torna um vampiro, os traços de personalidade também se mantém, mesmo com a longa passagem do tempo, e nisso Eduardo foi assertivo, já que não vemos contradições no personagem, ele é capaz de grandes paixões e também de um certo desdém de quem já viu muita coisa e está cansado dessa longa existência.

Kasse, Eduardo. O Andarilho das Sombras. Brasil: Draco, 2012

Sinopse: Para salvar a vida de quem amava, Harold Stonecross sacrificou sua alma em um jogo de poder entre deuses decadentes e se tornou um demônio em busca de sangue.
Nesta fantasia sombria, entre lendas esquecidas, dogmas e mitos, Harold narra passagens de sua longa existência, repletas de conexões com tempos imemoriais, enquanto caminha pelas ruelas escuras e imundas da Europa da Idade das Trevas.
Sedutor e fatal, Harold fez do mundo o seu palco. Em sua atuação, a História escrita pelos homens confunde-se com as histórias de terror contadas pelos mais velhos. Nobres, sacerdotes, homens comuns, não importa: sempre haverá um rastro de sangue após as cortinas baixarem.

Beijinhos 
<3
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